domingo, 30 de dezembro de 2018

Espanha 2003 – Múrcia (Em vídeo)




APONTAMENTOS DE VIAGEM
Espanha
(No ano de 2003)


MÚRCIA



Por aqui e por ali, um pouco ao sabor do acaso, apenas para recordar e, talvez, voltar de novo a Cartagena





(Sugere-se que visualize o vídeo em “Ecrã Inteiro” para o que deve “clicar” no símbolo localizado no canto inferior direito do vídeo.)



Espanha 2004 – Madrid (Em vídeo)




APONTAMENTOS DE VIAGEM
Espanha
(No ano de 2004)


MADRID



Por aqui e por ali, um pouco ao sabor do acaso, apenas para recordar e, talvez, voltar de novo a Aranjuez





(Sugere-se que visualize o vídeo em “Ecrã Inteiro” para o que deve “clicar” no símbolo localizado no canto inferior direito do vídeo.)



sábado, 29 de dezembro de 2018

Espanha 2004 – Estremadura (Em vídeo)





APONTAMENTOS DE VIAGEM
Espanha
(No ano de 2004)


ESTREMADURA



Por aqui e por ali, um pouco ao sabor do acaso, apenas para recordar e, talvez, voltar de novo a Guadalupe.





(Sugere-se que visualize o vídeo em “Ecrã Inteiro” para o que deve “clicar” no símbolo localizado no canto inferior direito do vídeo.)



sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Espanha 2004 – Castilla-La Mancha (Em vídeo)





APONTAMENTOS DE VIAGEM
Espanha
(No ano de 2004)


CASTILLA – LA MANCHA



Por aqui e por ali, um pouco ao sabor do acaso, apenas para recordar e, talvez, voltar de novo a Belmonte, Campo de Criptana, Consuegra, Cuenca, El Toboso, Herencia e Toledo.





(Sugere-se que visualize o vídeo em “Ecrã Inteiro” para o que deve “clicar” no símbolo localizado no canto inferior direito do vídeo.)




quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

LIBAÇÕES - Tive muita sorte





LIBAÇÕES (1)

TIVE MUITA SORTE

(Mini crónicas de uma viagem por Espanha)


A alguns dias da passagem do ano velho para o ano novo (2018/2019), onde a alegria é muitas vezes um contributo da ingestão exagerada de bebidas fermentadas, veio-me à memória a minha passagem por Haro, uma graciosa cidade no Rio Ebro, em La Rioja (Espanha).

Entrei em Haro numa manhã solarenga e dirigi-me para um parqueamento cujas coordenadas me levaram por uma rua íngreme e estreita, com carros mal estacionados de ambos os lados. No cimo da rua o meu percurso foi impedido por um aglomerado de carros cujo estacionamento me impedia de prosseguir. Desvie-me para um rua que descia e com uma inclinação muito acentuada, para procurar fazer a inversão de marcha, o que consegui colocando as rodas do lado direito numa escadaria e recuando sobre a mesma. Uma autocaravana com 7 metros ou mais ficaria imobilizada.

Retornando pelo mesmo caminho dirigi-me para o centro da cidade e... vi-me metido no centro das festas que nesse dia tinham lugar, o que me obrigou a seguir a passo de caracol no meio da multidão e ao som de uma banda musical. Nem protestei. Também não valia a pena fazê-lo. Felizmente, ao fim de uns bons vinte minutos deparei-me com uma rua transversal e segui por ela fugindo à multidão.

Por mero acaso encontrei um estacionamento (o único possível) junto da Casa da Cultura.

Deixei a autocaravana estacionada e a pé dirigi-me para o centro da cidade. Tive sorte. MUITA SORTE! Os festejos estavam no fim e só por isso escapei à tradição.

Na principal praça e nas ruas circundantes homens e mulheres, uns vestidos com roupas brancas e outros com roupas cor de vinho passeavam, comiam, bebiam. Perguntei a um pequeno grupo o que era aquilo.

Esta cidade, Haro, está no centro de uma importante região vinícola, pelo que anualmente, em Junho, é pago um tributo a Baco.

Baco era, para os antigos romanos, o deus do vinho e dos correspondentes excessos, especialmente sexuais. As festas em homenagem ao deus Baco eram chamadas de bacanais.

Haro festeja, num dia pré determinado, o contributo que para a economia da cidade a produção vinícola proporciona, não só com os cidadãos bebendo o vinho fruto dessa produção, como o derramando uns sobre os outros. Daí as roupas de cor branca passarem a uma cor arroxeada, a cor do vinho.

Evidentemente que em Haro, pelo menos em público, os excessos sexuais não eram visíveis, mas os efeitos da ingestão excessiva de álcool, além das libações (1), eram bem patentes

Por tudo isto, tive, como disse, MUITA SORTE. Tivesse eu chegado a Haro umas 2 horas antes e estaria pingando vinho. E, sinceramente, vinho gosto muito, mas para beber, não para “tomar banho”.



(1) Libação é o ato de derramar água, vinho, sangue ou outros líquidos com finalidade religiosa ou ritual, em honra a um deus ou divindade. É uma prática comum em muitas religiões da antiguidade, incluindo o judaísmo, e continuam a ser oferecidas em várias culturas atuais.


(2) NOTA – Algumas imagens de Haro podem ser acedidas AQUI




(O autor, todas as Quintas-feiras, no Blogue do Papa Léguas Portugal, emite uma opinião sobre assuntos relacionados com o autocaravanismo (e não só) – AQUI)





quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Espanha 2004 – Andaluzia (Em vídeo)





APONTAMENTOS DE VIAGEM
Espanha
(No ano de 2004)


ANDALUZIA



Por aqui e por ali, um pouco ao sabor do acaso, apenas para recordar e, talvez, voltar de novo a Arcos de La Frontera, Bornos, Ronda e Villamartin.





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terça-feira, 25 de dezembro de 2018

Dia de Natal


imagem obtida no portal “Guia Infantil”




AS MAIS BELAS CANÇÕES DE NATAL





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segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

HOJE VAMOS ESQUECER TUDO



Imagem obtida no Portal da “Associação Rumos”


HOJE VAMOS ESQUECER TUDO.

Vamos esquecer a miséria no mundo;

Vamos esquecer as mulheres espancadas e assassinadas;

Vamos esquecer os que precisam de ser operados e não o são;

Vamos esquecer os 2 milhões de portugueses que passam fome;

Vamos esquecer os preconceitos que vitimizam os que são diferentes;

Vamos esquecer os que morrem e lutam nas guerras daqueles que não morrem e não lutam nessas guerras;

Vamos esquecer os que hoje mesmo lutam por melhores condições de vida e não têm a solidariedade que precisam;

Vamos esquecer os refugiados e os migrantes que desesperam e morrem junto dos novos “muros de Berlim” ou no cemitério liquido do Mediterrâneo.


Mas, mesmo com as luzes multicolores da noite deste dia, mesmo com as mais belas canções de paz e amor ecoando por todo o lado, EU, não vou, NÃO VOU MESMO, POR-QUE NÃO CON-SI-GO, esquecer.




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domingo, 23 de dezembro de 2018

AUTOCARAVANISTA ABSOLVIDO - A sentença


Imagem obtida no Portal da “A CAA – Vanguarda”



AUTOCARAVANISTA ABSOLVIDO
A sentença



Na sequência do meu artigo de opinião do passado dia 20 de Dezembro (ver AQUI) esclareço que a sentença, relacionada com a coima que foi aplicada a um autocaravanista, foi proferida nesse mesmo dia pelo Tribunal Judicial da Comarca de Leiria (Juízo de Competência Genérica de Peniche) e já pode ser acedida / “descarregada” AQUI.



(O autor, todas as Quintas-feiras, no Blogue do Papa Léguas Portugal, emite uma opinião sobre assuntos relacionados com o autocaravanismo (e não só) – AQUI)


Espanha 2003 – Andaluzia (Em vídeo)






APONTAMENTOS DE VIAGEM
Espanha
(No ano de 2003)


ANDALUZIA



Por aqui e por ali, um pouco ao sabor do acaso, apenas para recordar e, talvez, voltar de novo a Almeria, Cadiz, Cordoba, Granada, Marbelha e Sevilha.




(Sugere-se que visualize o vídeo em “Ecrã Inteiro” para o que deve “clicar” no símbolo localizado no canto inferior direito do vídeo.)




sábado, 22 de dezembro de 2018

Espanha 2004 – Algures (Em vídeo)





APONTAMENTOS DE VIAGEM
Espanha
(No ano de 2004)


ALGURES



Por aqui e por ali, um pouco ao sabor do acaso, apenas para recordar e, talvez, voltar.




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sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Recordando... 2018 Sintra-Cacém - Sede do CPA



RECORDANDO… com o CPA
(No ano de 2018)


SINTRA - CACÉM
(Sede do CPA)


Meia dúzia de fotos (às vezes menos) podem contribuir para o conhecimento do passado do que é hoje uma grande “Associação Autocaravanista de Portugal – CPA”.

NOTA – Se tem em seu poder fotos antigas de actividades do CPA não as guarde só para si. Divulgue-as e ofereça-as aos CPA. Se o desejar estamos também disponíveis para as divulgar.





(Sugere-se que visualize o vídeo em “Ecrã Inteiro” para o que deve “clicar” no símbolo localizado no canto inferior direito do vídeo.)

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

AUTOCARAVANISTA ABSOLVIDO


Imagem obtida no Portal da “OAB-CE”


AUTOCARAVANISTA ABSOLVIDO


O que aconteceu?

Tomei conhecimento que um associado de um clube federado na FPA que tinha contestado através de um processo em tribunal uma coima que lhe fora aplicada por, segundo o autuante, estar a praticar caravanismo e campismo fora dos locais permitidos, no Concelho de Peniche, será absolvido pelo tribunal do pagamento da coima e das respectivas custas. Não obstante a sentença só oficialmente ser lida hoje (dia 20 de Dezembro) pelas 10 horas, o autocaravanista visado já esclareceu que o processo seria encerrado com uma sentença favorável, pois terá sido “fácil a delegada do ministério publico e depois a juiza concluir que não havia base nenhuma para autuar quem estava corretamente estacionado (não a fazer caravanismo e campismo como afirmaram) e sem sinais que indicassem uma contravenção

Ao confirmar-se oficialmente a sentença esta será, efectivamente, uma situação inédita, porquanto (que se saiba) os autocaravanistas, até agora, optavam por pagar a multa. E faziam-no porque as despesas de deslocação ao julgamento, as de alimentação e estadia e as dos vencimentos a um advogado, onde se incluiriam outras despesas do mesmo, eram superiores ao custo do pagamento da coima. E sem contabilizar o tempo despendido.

O autocaravanista que foi objecto da coima decidiu não transigir, não ir pelo caminho mais fácil, e exigir justiça. Uma atitude de exaltar, mas que teve custos superiores ao do simples pagamento da coima, e só possível porque havia suporte financeiro do autocaravanista. Também, segundo a mesma informação, foi a FPA que suportou os emolumentos do advogado, embora as despesas de deslocação fossem da responsabilidade do autocaravanista. Infelizmente, para se obter justiça, é preciso ter dinheiro.


Que lições podemos tirar deste acontecimento?

Primeiro – Que a Declaração de Princípios (ver AQUI) não é só uma mera afirmação política, como também tem subjacente legitimidade jurídica;

Segundo – Que vale a pena lutar e se todos quisessem e pudessem fazê-lo, rapidamente a discriminação negativa de que os veículos autocaravanas são vítimas se evaporaria;

Terceiro – Que o associativismo é uma mais valia, como também este episódio demonstra, pelo que não ser associado é, no mínimo, uma demonstração de individualismo egoísta;

Quarto – Que existem leis suficientes para o enquadramento legal da prática do autocaravanismo em Portugal, pelo que exigir outras leis não se justifica e só pode vir a prejudicar o Movimento Autocaravanista de Portugal;

Quinto – Que a FPA abriu um precedente para o qual, no futuro, poderá não ter capacidade financeira para manter, caso os autocaravanistas de norte a sul do País decidam avançar para, em tribunal, contestar as coimas que eventualmente lhes venham a ser aplicadas, a não ser que a FPA considere que este é um caso a não repetir, portanto, uma excepção;

Sexto – Que a existência de uma Plataforma de Entendimento inorgânica constituída por todas as associações de base com personalidade jurídica é, cada vez mais, um imperativo urgente.


(O autor, todas as Quintas-feiras, no Blogue do Papa Léguas Portugal, emite uma opinião sobre assuntos relacionados com o autocaravanismo (e não só) – AQUI)



quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Recordando... 2017 Rio Maior-Chãos -Encontro-AG CPA



RECORDANDO… com o CPA
(No ano de 2017)


RIO MAIOR - CHÃOS
(Encontro / Assembleia Geral do CPA)


Meia dúzia de fotos (às vezes menos) podem contribuir para o conhecimento do passado do que é hoje uma grande “Associação Autocaravanista de Portugal – CPA”.

NOTA – Se tem em seu poder fotos antigas de actividades do CPA não as guarde só para si. Divulgue-as e ofereça-as aos CPA. Se o desejar estamos também disponíveis para as divulgar.





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terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Recordando... 2016 Lisboa -26º Aniversário CPA



RECORDANDO… com o CPA
(No ano de 2016)


LISBOA
(26º Aniversário do CPA)


Meia dúzia de fotos (às vezes menos) podem contribuir para o conhecimento do passado do que é hoje uma grande “Associação Autocaravanista de Portugal – CPA”.

NOTA – Se tem em seu poder fotos antigas de actividades do CPA não as guarde só para si. Divulgue-as e ofereça-as aos CPA. Se o desejar estamos também disponíveis para as divulgar.





(Sugere-se que visualize o vídeo em “Ecrã Inteiro” para o que deve “clicar” no símbolo localizado no canto inferior direito do vídeo.)

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Recordando... 2015 Montijo - Bodas de Prata do CPA




RECORDANDO… com o CPA
(No ano de 2015)


MONTIJO
(Bodas de Prata do CPA)


Meia dúzia de fotos (às vezes menos) podem contribuir para o conhecimento do passado do que é hoje uma grande “Associação Autocaravanista de Portugal – CPA”.

NOTA – Se tem em seu poder fotos antigas de actividades do CPA não as guarde só para si. Divulgue-as e ofereça-as aos CPA. Se o desejar estamos também disponíveis para as divulgar.




(Sugere-se que visualize o vídeo em “Ecrã Inteiro” para o que deve “clicar” no símbolo localizado no canto inferior direito do vídeo.)



domingo, 16 de dezembro de 2018

Recordando... 2015 Lisboa - Colóquio CPA na Nauticampo



RECORDANDO… com o CPA
(No ano de 2015)


LISBOA
(Colóquio CPA na NAUTICAMPO)


Meia dúzia de fotos (às vezes menos) podem contribuir para o conhecimento do passado do que é hoje uma grande “Associação Autocaravanista de Portugal – CPA”.

NOTA – Se tem em seu poder fotos antigas de actividades do CPA não as guarde só para si. Divulgue-as e ofereça-as aos CPA. Se o desejar estamos também disponíveis para as divulgar.



(Sugere-se que visualize o vídeo em “Ecrã Inteiro” para o que deve “clicar” no símbolo localizado no canto inferior direito do vídeo.)

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Recordando... 2014 Mora - Assinatura Protocolo com o CCL




RECORDANDO… com o CPA
(No ano de 2014)


MORA
(Assinatura protocolo com o CCL)


Meia dúzia de fotos (às vezes menos) podem contribuir para o conhecimento do passado do que é hoje uma grande “Associação Autocaravanista de Portugal – CPA”.

NOTA – Se tem em seu poder fotos antigas de actividades do CPA não as guarde só para si. Divulgue-as e ofereça-as aos CPA. Se o desejar estamos também disponíveis para as divulgar.




(Sugere-se que visualize o vídeo em “Ecrã Inteiro” para o que deve “clicar” no símbolo localizado no canto inferior direito do vídeo.)



quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

AUTOCARAVANISMO SOLIDÁRIO - Não comprar aos Domingos e Feriados


Imagem obtida no espaço “Pensador”


AUTOCARAVANISMO SOLIDÁRIO
Não comprar aos Domingos e Feriados


A Lei é escrita por homens e nem sempre foi, ao longo dos tempos, igual para todos. Os textos da Lei não proviam as mesmas sentenças para um mesmo crime. Existia uma discriminação (até socialmente aceite) consoante o estatuto social do infractor, ou seja, as penas previstas na Lei eram diferentes e, assim, eram aplicadas de acordo com o estatuto social do criminoso.

Esta discriminação, que existia pelo menos desde 1800 AC, constante nos textos da Lei, só foi corrigida há relativamente muito pouco tempo. Na actualidade, que eu conheça e pelo menos nos países ocidentais, os textos da Lei não determinam sentenças diferentes consoante o réu. Poder-se-à, contudo, afirmar que um juiz tem ao seu dispor, na Lei, um mínimo e um máximo, com que pode sentenciar um réu. É verdade. Mas, também é verdade que na definição de um mínimo e de um máximo aplicável a um mesmo tipo de ilegalidade, o legislador não teve a mesma intenção discriminatória do antigamente. Quis criar, o legislador, condições que permitam a um Juiz sentenciar, com maior ou menor “dureza”, consoante verifique, por exemplo, (embora seja uma avaliação subjectiva) um sincero arrependimento do réu.

Contudo, a aplicação da Lei não conduz, necessariamente, a que se faça justiça. Sintetizando direi que actualmente “A Lei é igual para todos, mas a justiça AINDA não”. Para interiorizarmos esta ideia basta pensarmos no acesso que têm à defesa, em Tribunal, as pessoas com mais parcos meios financeiros relativamente a quem mais e melhor os tem. É uma evidência que esta diferença económica / financeira não afecta só o acesso à Justiça. Afecta, também, o acesso à saúde, à alimentação, à habitação, ao conhecimento, e por aí fora. Aliás, nem sequer a igualdade de oportunidades é uma realidade, embora no-la queiram vender como uma verdade.

A procura de um mundo justo é, para muitos de nós, um objectivo constante, mas, ainda longínquo. A procura do bem estar, que numa perspectiva biológica se resume a ter prazer, é diferente de individuo para individuo, de grupos de indivíduos para grupos de indivíduos. Por vezes, o prazer de um indivíduo ou de um grupo de indivíduos pode conflituar com os prazeres de outro individuo ou de outros indivíduos. É aqui que a sociedade, não sendo possível a auto-regulação de milhões de indivíduos, escreve textos que regulamentam as vidas das pessoas.

O turismo, tal como hoje o entendemos, é uma actividade, que na vida do Homem, se pode considerar recente. E o turismo em autocaravana é também uma forma de dar prazer aos que praticam essa actividade. Mas... há indivíduos e Grupos de indivíduos que não sentem qualquer prazer nessa actividade. Nem a compreendem. E quando se deparam, nalguma localidade, mesmo que com apenas um pequeno número de autocaravanas estacionadas, não deixam de criticar esse facto. E os argumentos são múltiplos: os autocaravanistas estragam a beleza paisagística, sujam o ambiente, despejam líquidos putrefactos no solo, quebram o silêncio natural envolvente com músicas estridentes dos rádios e das televisões, espalham lixo por tudo o que é sítio, assam alimentos e com isso empestam o ar que invade as casas próximas, permitem que os animais domésticos se passeiem livremente com consequente proliferação de dejectos, roubam energia dos postes eléctricos, ocupam com mesas e cadeiras passeios e outros espaços públicos e, até criticam ferozmente o facto de lhes retirarem (aos autóctones) lugares de estacionamento para as respectivas viaturas.

Todas as acusações são facilmente rebatíveis. Primeiro, porque nem todos os autocaravanistas têm os procedimentos de que são genericamente acusados; segundo, porque existem leis, apropriadas a este tipo de violações e que só não são aplicadas por manifesta incapacidade dos agentes de autoridade. Há, no entanto, um argumento que os autocaravanistas utilizam e para o qual não existe uma resposta negativa por parte dos autóctones (e não só):

O autocaravanismo contribui para o desenvolvimento local.

Este ideia, a mais utilizada pelos autocaravanistas, tem peso argumentativo. Talvez por isso o Presidente da Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal, aquando da audiência que lhes concedeu o Grupo de Trabalho de Turismo da Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas da Assembleia da República, procurou contrariar esta ideia afirmando que os autocaravanistas, “(...) não gastam dinheiro em lado nenhum (...)” (ver AQUI – no vídeo ao minuto 32,53).

É evidente que o Presidente da FCMP estava errado. Os autocaravanistas contribuem para o desenvolvimento local. Não só por comprarem no comércio local, como também por comprarem no pequeno comércio.

E aqui coloca-se uma questão: Até que ponto os autocaravanistas estão a ser solidários com o pequeno comércio local?

Falo do comércio local e não da produção e dos produtores locais. Desses poderemos conversar noutra ocasião. Apenas recordo que nesse particular o CPA integra e apoia a ANIMAR (ver AQUI).

Não basta dizer que o autocaravanismo contribui para o desenvolvimento local. É necessário concretizar essa ideia. E apoiar ainda mais o pequeno comércio por contrapartida às grandes superfícies comerciais.

Um pequeno passo pode ser dado e está ao alcance de todos, sem grandes dificuldade:

Aos Domingos e Feriados não compre nada nas grandes superfícies comerciais.

O pequeno comércio, tantas vezes gerido ao nível familiar, e tantas vezes sem empregados, não tem capacidade para estar aberto ao Domingo, sob pena de não terem sequer um dia de descanso.

Não comprar aos Domingos e Feriados nas grandes superfícies comerciais pode parecer uma medida inócua, mas a médio prazo, se um número significativo aderir, pode ajudar o pequeno comércio e os próprios trabalhadores das grandes superfícies comerciais a terem o Domingo como um dia de descanso em família.

No início deste artigo de opinião falei de Lei e de Justiça porque nem sempre uma e outra andam de mãos dadas. Embora na Lei as grandes superfícies possam estar abertas aos Sábados e Domingos será isso Justo? Comparativamente com as dificuldades já referidas dos pequenos comércios? Ou os pequenos comércios estão condenados a desaparecerem?

Se os autocaravanistas conseguirem unir-se em torno de uma acção tão simples e se passarem esta mensagem, estarão a ser solidários.

EM 2019
AOS
DOMINGOS E FERIADOS
NÃO COMPRE
NAS
GRANDES SUPERFÍCIES



(O autor, todas as Quintas-feiras, no Blogue do Papa Léguas Portugal, emite uma opinião sobre assuntos relacionados com o autocaravanismo (e não só) – AQUI)