quinta-feira, 19 de outubro de 2017

rESPONSABILIDADE sOCIAL



Imagem do Blogue "Escola Villare"







rESPONSABILIDADE sOCIAL


A responsabilidade social das empresas tem vindo a ser alardeada porque também é uma forma de as grandes mais valias que as empresas obtêm serem menos criticadas, procurando-se desviar-se as atenções para o cada vez maior fosso entre os grandes beneficiários do capital e os que vivem com salários mínimos (ou pouco mais) provenientes exclusivamente dos rendimentos do trabalho.

(Não se duvide que uma parte considerável da mais valia das empresas é obtida à custa do trabalho mal pago. Recordo que o custo de um produto corresponde, essencialmente, ao valor que é incorporado através do trabalho de transformação da matéria prima que o constitui. Não obstante já outros terem teorizado, muito bem e melhor sobre esta questão, permita-se-me uma clarificação com um exemplo: Um martelo é constituído por um pedaço de ferro e um pedaço de madeira, no entanto, para que aquele ferro e aquela madeira se transformem num martelo, alguém teve de o produzir utilizando a força do seu trabalho. Sem trabalho aquelas matérias primas não teriam qualquer valor acrescido. Pode dizer-se que foi devido ao trabalho que se incorporou uma mais valia naquele produto (ou seja, no martelo, do meu exemplo). Daqui poderíamos partir para analisar não só a percentagem de mais valia que deveria caber ao executante do trabalho, como a detenção dos meios de produção e a propriedade das matérias primas, mas isso afastar-me-ia dos objectivos deste escrito).

Admito, contudo, que algumas empresas, com gestores com um apurado sentido de justiça e de fortes raízes humanistas, tenham reais preocupações sociais e procurem levar à práctica iniciativas que de algum modo correspondam a essas preocupações.

Intervir socialmente foi o que as empresas de materiais e de veículos recreativos (autocaravanas) decidiram em Dezembro de 2010 através do compromisso assumido pela ACAP - “Comissão Especializada de Caravanas e Autocaravanas da Associação de Comércio Automóvel de Portugal” - (ver AQUI)

O primeiro compromisso reportou-se a “Apoios no âmbito da informação turística a prestar a autocaravanistas e a concretizar eventualmente através da emissão de um mapa de Portugal contendo informações diversas, designadamente sobre a localização de Estações de Serviço para Autocaravanas, monumentos e gastronomia;

Este ponto foi entretanto ultrapassado pela circunstância de muitas associações autocaravanistas, de forma muito expedita, proporcionarem à generalidade dos autocaravanistas não só informações sobre Áreas de Serviço para autocaravanas (ver AQUI) como sugestões gastronómicas, monumentais e outras (ver AQUI).

O segundo compromisso estabeleceu a “Dinamização de Mostras e Feiras relacionadas com o Autocaravanismo designadamente através da participação activa no Dia do Autocaravanismo a promover sob a égide da Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal;

Não tenho conhecimento que a ACAP tenha contactado as associações autocaravanistas no sentido de dinamizar Mostras e Feiras relacionadas com o autocaravanismo. Já no que se refere ao DIA do AUTOCARAVANISMO a promover sob a égide da Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal recordo que a recente alteração de política autocaravanista desta federação (ver AQUI) não é de molde a manter a criação desse Dia sob tal orientação.

O terceiro compromisso dispensa muitas explicações: “Declaração de Princípios, constante da Plataforma de Unidade, documento que, após análise, a “Comissão Especializada de Caravanas e Autocaravanas” deliberou subscrever. “

Sobre este último compromisso, a que as empresas representadas pela ACAP se vincularam, urge reflectir, não só pela oportunidade do tema (Discriminação Negativa dos Veículos Autocaravanas), como também pela responsabilidade social a que me venho referindo. A óbvia conclusão da reflexão, considerando que são muitos (?) os autocaravanistas que não conhecem os princípios básicos e legais em que deve basear-se a práctica do autocaravanismo, acentua a necessidade da distribuição da “Declaração de Princípios” (ver AQUI) pelas empresas no momento da aquisição de material, pois contribuiria para proporcionar um melhor e maior conhecimento ao Movimento Autocaravanista de Portugal e seria uma demonstração clara do assumir de responsabilidades sociais.

Só há que recordar às empresas o compromisso que assumiram através da ACAP.




(O autor, todas as Quintas-feiras, no Blogue do Papa Léguas Portugal, emite uma opinião sobre assuntos relacionados com o autocaravanismo (e não só) - AQUI)



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