terça-feira, 30 de setembro de 2014

Planície Alentejana


APONTAMENTOS DE VIAGEM

Portugal
Algures



Aqui podem ser encontradas fotos que a sensibilidade do autor, naquele momento, quis guardar sabe-se lá porquê.

Alguns dos álbuns contêm apenas uma única foto, outros umas dezenas, mas em nenhum dos álbuns houve a preocupação de estabelecer qualquer critério de ordenação das fotos.

Faço votos para que apreciem e, sobretudo, que sirvam de incentivo a uma visita.


PLANÍCIE ALENTEJANA
2008


Para ver as fotos em “tela inteira” prima a tecla “F11”. Para voltar ao formato inicial prima de novo “F11”.


Para ver as fotos prima AQUI


segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Poesia de… José Régio


CÂNTICO NEGRO


"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!
 (José Régio – 1901-1969)





José Régio, pseudónimo de José Maria dos Reis Pereira, (Vila do Conde, 17 de Setembro de 1901  Vila do Conde, 22 de Dezembro de 1969) foi um escritor português que viveu grande parte da sua vida na cidade de Portalegre (de 1928 a 1967). Foi possivelmente o único escritor em língua portuguesa a dominar com igual mestria todos os géneros literários: poeta, dramaturgo, romancista, novelista, contista, ensaísta, cronista, jornalista, crítico, autor de diário, memorialista, epistológrafo e historiador da literatura, para além de editor e diretor da influente revista literária Presença, desenhador, pintor, e grande colecionador de arte sacra e popular. Foi irmão do poeta, pintor e engenheiro Júlio Maria dos Reis Pereira, que como artista plástico se assinava Júlio e como poeta Saul Dias
Foi em Vila do Conde que José Régio nasceu no seio de uma família da burguesia provincial, filho de ourives, e aí viveu até acabar o quinto ano do liceu. Ainda jovem publicou na sua terra-natal os primeiros poemas nos jornais O Democrático e República. Depois de uma breve e infeliz passagem por um internato do Porto (que serviu de matéria romanesca para Uma gota de sangue), aos dezoito anos foi para Coimbra, onde se licenciou em Filologia Românica (1925) com a tese As Correntes e As Individualidades na Moderna Poesia Portuguesa. Esta tese na época não teve muito sucesso, uma vez que valorizava poetas quase desconhecidos na altura, como Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro; mas, em 1941, foi publicada com o título Pequena História da Moderna Poesia Portuguesa.
Em 1927, com Branquinho da Fonseca e João Gaspar Simões, fundou a revista Presença, que veio a ser publicada, irregularmente, durante treze anos. Esta revista veio a marcar o segundo modernismo português, que teve como principal impulsionador e ideólogo José Régio. Este também escreveu em jornais como Seara Nova, Ler, O Comércio do Porto e o Diário de Notícias. Ainda na área da imprensa, colaborou em diversas publicações periódicas, nomeadamente nas revistas: Contemporânea (1915-1926), Altura (1945), Principio (1930), Sudoeste (1935) e Variante (1942-43). Foi neste mesmo ano que José Régio começou a leccionar Português e Francês num liceu no Porto, até 1928, e a partir desse ano em Portalegre, onde esteve quase quarenta anos. Durante esse tempo, reuniu uma extensa e preciosa colecção de antiguidades e de arte sacra alentejanas que vendeu à Câmara Municipal de Portalegre, com a condição de esta comprar também o prédio da pensão onde vivera e de a transformar em casa-museu. Em 1966, Régio reformou-se e voltou para a sua casa natal em Vila do Conde, continuando a escrever. Fumador inveterado, veio a morrer em 1969, vítima de ataque cardíaco. Nunca se casou, mas não era celibatário, como demonstra o seu poema Soneto de Amor
Como escritor, José Régio é considerado um dos grandes criadores da moderna literatura portuguesa. Reflectiu em toda a sua obra problemas relativos ao conflito entre Deus e o Homem, o indivíduo e a sociedade. Usando sempre um tom psicologista e misticista, analisando a problemática da solidão e das relações humanas ao mesmo tempo que levava a cabo uma dolorosa auto-análise, alicerçou a sua poderosa arte poética na tríplice vertente do autobiografismo, do individualismo e do psicologismo. Seguindo os gostos do irmão, Júlio/Saul Dias, expressou também o seu talento para as artes plásticas ilustrando os seus livros.
Régio teve durante a sua vida uma participação activa na vida pública, mantendo-se fiel aos seus ideais socialistas, apesar do regime conservador de então, mas sem condescender igualmente com a arte panfletária. Recebeu em 1966 o Prémio Diário de Notícias e em 1970 o Prémio Nacional da Poesia. Hoje em dia as suas casas em Vila do Conde e em Portalegre são casas-museu.

Fonte: Wikipédia – A enciclopédia livre

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

ARPIAC - Olivença - Badajoz - Mérida


Olivença

ENCONTROS ARPIAC
Olivença – Badajoz – Mérida

(2004)


Não obstante esta Foto Reportagem estar enquadrada em actividades da ARPIAC (Associação de Reformados, Pensionistas e Idosos de Agualva Cacém) não deixa de revelar alguns aspectos turísticos que podem ser de interesse geral.

Para além dos convívios entre os participantes, onde não faltaram os festejos carnavalescos do período em que o encontro se realizou, são evidenciadas algumas imagens de Olivença, Badajoz e Mérida.

As fotos foram obtidas sequencialmente no percurso.

Para ver as fotos em “tela inteira” prima a tecla “F11”. Para voltar ao formato inicial prima de novo “F11”.


Encontros ARPIAC
Olivença – Badajoz - Mérida

Para ver as fotos prima AQUI



ARPIAC

A Associação de Reformados, Pensionistas e Idosos de Agualva-Cacém, que por abreviatura usa a sigla ARPIAC, é uma instituição particular de solidariedade social (IPSS), sem fins lucrativos e com duração indeterminada, com sede na cidade de Agualva-Cacém. A sua finalidade é o exercício da acção social na prevenção e apoio nas diversas situações de fragilidade, exclusão ou carência humana, promovendo a inclusão e a integração social; para tal, desenvolve diversas actividades de apoio a crianças e jovens, à família, juventude, terceira idade, invalidez e, em geral, a toda a população necessitada, com o propósito de dar expressão organizada ao dever moral de solidariedade e de justiça entre todos os indivíduos abrangidos na sua área de actuação.

Esta instituição adopta como símbolo emblemático a sigla ARPIAC, envolvida num filete intercalado com a figura do Sol. A letra A, inicial da sigla, é dimensionada a cheio e representa a Casa/Lar da Associação. A cercadura/filete representa a linha da vida da Pessoa Humana, correspondendo a parte final da cercadura, já em sentido descendente, à etapa terminal do ciclo biológico. Por sua vez o Sol assume-se como elo e factor de sustentação de todo o percurso existencial.


A ARPIAC assume-se como herdeira das tradições e do projecto de unidade associativa da Comissão que, com idêntica designação, a antecedeu, pelo que reporta a sua fundação a 17 de Janeiro de 1982, data da criação desta mesma Comissão.

                                                                                                                                                                                                                    Fonte: ARPIAC

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Última hora - Braga "rende-se"



ÚLTIMA HORA

BRAGA “RENDIDA” AO AUTOCARAVANISMO

A Câmara Municipal de Braga “rende-se” à importância do autocaravanismo, no âmbito do desenvolvimento da economia local, ao admitir que, a criação de Parques de Rua (vulgarmente denominados Áreas de Serviço de Autocaravanas), podem vir a constituir uma mais-valia. Sobre este assunto a “Associação Autocaravanista de Portugal – CPA”, bem como a Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal, ao subscreverem em 2010 a Declaração de Princípios (ver AQUI) preconizam a implementação de 1 Área de Serviços para Autocaravanas (enquanto equipamentos municipais) em cada Concelho.

Outra das apostas que a câmara quer levar a cabo é o apoio aos autocaravanistas que visitam e circulam pela cidade, mas que não se fixam no Parque de Campismo. “Estamos a tentar identificar os locais onde geralmente estacionam, no sentido de lhes dar algumas condições”, diz o responsável, apontado como exemplos o Parque da Ponte, o parque de estacionamento junto aos Bombeiros Municipais e o Bom Jesus. 


“Isto acontece em todas as cidades e há várias que criaram esses parques de rua para que as pessoas sintam que têm alguma segurança, fazendo também com que Braga seja um roteiro de autocaravanismo. Isto pode ter um impacto muito importante ao nível da economia local. Estas pessoas deixam valor, deixam dinheiro na economia local”, remata.” (Trecho retirado do “Correio do Minho” – Ver AQUI)


Estou convicto que se o vereador responsável por este apoio tiver conhecimento que esta obra é passível (dependendo das condições) de ter um custo de apenas uns 3 mil euros (ver o Projecto de Áreas de Serviço do CPA AQUI) irá desenvolver todos os esforços para dinamizar a implementação de uma Área de Serviços para Autocaravanas na cidade de Braga.

É também minha convicção que a “Associação Autocaravanista de Portugal – CPA” não deixará de dar todo o apoio à Câmara Municipal neste projecto, como já o fez relativamente a outras entidades, inclusive promovendo um Encontro Autocaravanista aquando da inauguração deste equipamento municipal.


Desistir? NUNCA!




NUNCA DESISTA


A lição é a seguinte:
Nunca desista, nunca, nunca, nunca.
Em nada. Grande ou pequeno, importante ou não. Nunca desista.
Nunca se renda à força, nunca se renda ao poder aparentemente esmagador do inimigo.
(Winston Churchill)


Só vou onde for bem-vindo” é uma frase que circula nas redes sociais, designadamente nos espaços relacionados com o autocaravanismo, que tem como objectivo afastar os autocaravanistas dos locais onde impere a discriminação negativa do veículo autocaravana. Supõe-se, assim, que a ausência de autocaravanistas diminuirá significativamente o comércio e, desta forma, com consequente diminuição do desenvolvimento local forçar-se-ia a diminuição (ou mesmo a eliminação) da discriminação negativa.

Ao aceitar-se esta estratégia como boa está-se a ignorar vários factores como, por exemplo, o individualismo que prolifera na sociedade portuguesa e que abrange igualmente os autocaravanistas. Esse individualismo está bem patenteado na previsível diminuta percentagem de autocaravanistas que estão associados a instituições identificadas com a modalidade.

Também é uma evidência da falha desta estratégia a quantidade de autocaravanas que continuam a acampar ou a estacionar nos considerados como locais não amigos dos autocaravanistas, ou seja, os locais onde se não é bem-vindo e onde os autocaravanistas não deveriam estar se a estratégia tivesse resultado.

Poder-se-á concluir que não existe uma espirito cooperativo e/ou corporativo entre os autocaravanistas?

Mais profundas, no entanto, podem ser outras as razões que não sintonizam os autocaravanistas com esta estratégia.

Não podemos confundir uma porção de território português com um espaço privado, como por exemplo uma habitação ou um estabelecimento comercial. Numa habitação só vamos se formos convidados pelos proprietários que se nos convidam é porque somos bem-vindos; num estabelecimento comercial existem razões inerentes à actividade do estabelecimento que justificam sermos bem-vindos para que mais tarde regressemos. São pois situações distintas.

Tratando-se, consequentemente, os locais onde os autocaravanistas não são bem-vindos, de partes integrantes de Portugal, é um direito inalienável de todos os cidadãos que tenham a liberdade de aceder a todas as partes do território, pelo que abdicar de o fazer (mesmo que de motu próprio) pode ter, no que se refere aos autocaravanistas, diversos significados:

- Pode significar que desistiram de lutar pelos direitos que lhes assistem de não ser discriminados negativamente em qualquer parte de Portugal e fogem. Até quando? Até ao dia em que em todo o país forem proibidos de estacionar em igualdade de circunstância com outros veículos de igual gabarito e já não tenham mais outros locais para fugir?

- Pode significar que se “estão nas tintas” para estas questões e querem é passar uns bons momentos sem “chatices” deixando para os “idealistas” a eventual resolução dos assuntos, numa demonstração que a superioridade moral dos autocaravanistas poderá andar muito por baixo. Se algum dia estes desistentes tiverem problemas será que virão às redes sociais clamar contra as associações que nada fazem e nas quais se não associam? Uma vez mais o individualismo acerbado ao máximo. Solidariedade?! Causas Comuns?!

“Só vou onde for bem-vindo” - Este tipo de ideias, pelo que fica dito e penso, promove a desistência na luta contra a injustiça e pode mesmo, devido a essa desistência, contribuir para que a discriminação negativa prolifere cada vez mais em todo Portugal.


(O autor, todas as Quintas-feiras, no Blogue do Papa Léguas Portugal, emite uma opinião sobre assuntos relacionados com o autocaravanismo (e não só) –  AQUI)

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Neve entre Chaves e Barcelos


APONTAMENTOS DE VIAGEM

Portugal
Algures



Aqui podem ser encontradas fotos que a sensibilidade do autor, naquele momento, quis guardar sabe-se lá porquê.

Alguns dos álbuns contêm apenas uma única foto, outros umas dezenas, mas em nenhum dos álbuns houve a preocupação de estabelecer qualquer critério de ordenação das fotos.

Faço votos para que apreciem e, sobretudo, que sirvam de incentivo a uma visita.


NEVE ENTRE CHAVES E BARCELOS
2013


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terça-feira, 23 de setembro de 2014

A caminho de Verdelho



APONTAMENTOS DE VIAGEM

Portugal
Algures



Aqui podem ser encontradas fotos que a sensibilidade do autor, naquele momento, quis guardar sabe-se lá porquê.

Alguns dos álbuns contêm apenas uma única foto, outros umas dezenas, mas em nenhum dos álbuns houve a preocupação de estabelecer qualquer critério de ordenação das fotos.

Faço votos para que apreciem e, sobretudo, que sirvam de incentivo a uma visita.


A CAMINHO DE VERDELHO
2002


Para ver as fotos em “tela inteira” prima a tecla “F11”. Para voltar ao formato inicial prima de novo “F11”.


Para ver as fotos prima AQUI


segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Poesia de… José Gomes Ferreira


MORTE DE D. QUIXOTE


Pobres, gritai comigo:

Abaixo o D. Quixote
com cabeça de nuvens
e espada de papelão!
(E viva o Chicote
no silêncio da nossa Mão!)

Pobres, gritai comigo:

Abaixo o D. Quixote
que só nos emperra
de neblina!
(E viva o Archote
que incendeia a terra,
mas ilumina!)

Pobres, gritai comigo:

Abaixo o cavaleiro
de lança de soluços
e bola de sabão
no elmo de barbeiro!
(E vivam os nossos Pulsos
que, num repelão,
hão-de rasgar o nevoeiro!)

(José Gomes Ferreira – 1900-1985)




José Gomes Ferreira (Porto, 9 de Junho de 1900 - Lisboa, 8 de Fevereiro de 1985) foi um escritor e poeta português, filho do empresário e benemérito Alexandre Ferreira e pai do arquitecto Raul Hestnes Ferreira e do poeta Alexandre Vargas Ferreira.

Nasceu no Porto a 9 de Junho de 1900. Com quatro anos de idade mudou-se para a capital. O pai, Alexandre Ferreira, era um empresário que se fixou na actual zona do Lumiar, em Lisboa, tendo doado as suas propriedades para a construção da Casa de Repouso dos Inválidos do Comércio. José estudou nos liceus de Camões e de Gil Vicente, com Leonardo Coimbra, onde teve o primeiro contacto com a poesia. Colaborou com Fernando Pessoa, ainda muito jovem, num soneto para a revista Ressurreição .

A sua consciência política começou a florescer também ela cedo, sobretudo por influência do pai (democrata republicano). Licencia-se em Direito em 1924, tendo trabalhado posteriormente como cônsul na Noruega. Paralelamente seguiu uma carreira como compositor, chegando a ter a sua obra "Suite Rústica" estreada pela orquestra de David de Sousa.

Regressa a Portugal em 1930 e dedica-se ao jornalismo. Fez colaborações importantes tais como nas publicações Presença, Seara Nova, Descobrimento, Imagem, Sr.Doutor, Gazeta Musical e de Todas as Artes e Ilustração (1926-1975). Também traduziu filmes sob o pseudónimo de Gomes, Álvaro.

Inicia-se na poesia com o poema Viver sempre também cansa em 1931, publicado na revista Presença. Apesar de já ter feito algumas publicações nomeadamente os livros Lírios do Monte e Longe, foi só em 1948 que começou a publicação séria do seu trabalho, com Poesia I e Homenagem Poética a António Gomes Leal (colaboração).

Ganhou em 1961 o Grande Prémio da Poesia da Sociedade Portuguesa de Escritores, com Poesia III.

Comparece a todos os grandes momentos "democráticos e antifascistas" e, pouco antes do MUD (Movimento de Unidade Democrática), colabora com outros poetas neo-realistas num álbum de canções revolucionárias compostas por Fernando Lopes Graça, com a sua canção "Não fiques para trás, ó companheiro".

Em 1978 foi projectada em Lisboa pelo seu filho Raul Hestnes Ferreira a Escola Secundária de Benfica, que viria ser Escola Secundária de José Gomes Ferreira em sua homenagem.

Tornou-se Sub-Presidente da Associação Portuguesa de Escritores em 1978 e foi candidato em 1979, da APU (Aliança Povo Unido), por Lisboa, nas eleições legislativas intercalares desse ano. Associou-se ao PCP (Partido Comunista Português) em Fevereiro do ano seguinte. Foi condecorado pelo Presidente Ramalho Eanes como grande oficial da Ordem Militar de Santiago de Espada, recebendo posteriormente o grau de grande oficial da Ordem da Liberdade.

No ano em que foi homenageado pela Sociedade Portuguesa de Autores (1983), foi submetido a uma delicada intervenção cirúrgica. Veio a falecer dois anos depois, a 8 de Fevereiro de 1985, vítima de uma doença prolongada. Em 1990, o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Jorge Sampaio, descerrou uma lápide de homenagem ao escritor, na Avenida Rio de Janeiro, sua última morada. Na ocasião discursou o escritor, pintor e amigo de José Gomes Ferreira, Mário Dionísio.

Fonte: Wikipédia – A enciclopédia livre

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Confraternização no BNU (2004)



Confraternização no BNU
(2004)

A presente Foto Reportagem não tem qualquer interesse para quem não tiver sido empregado no Banco Nacional Ultramarino pelo que só se sugere o visionamento, muito especialmente, aos que tenham em algum período sido colocados no Departamento de Contabilidade deste Banco.

Os jantares de anuais de confraternização dos trabalhadores da Contabilidade iniciaram-se aquando da deslocalização do Departamento sito da Rua dos Anjos em Lisboa e a consequente extinção de um mini bar, ali existente, que desde sempre foi gerido pelos próprios trabalhadores, tendo o saldo em caixa sido utilizado na organização do primeiro Jantar.

O primeiro Jantar que foi realizado com o pretexto, também, de utilizar o saldo de caixa catapultou as confraternizações seguintes que se vão realizando anualmente.

As fotos captadas respeitam ao Jantar com animação musical que teve lugar no restaurante de um hotel, em Lisboa, em finais de 2004

Para ver as fotos em “tela inteira” prima a tecla “F11”. Para voltar ao formato inicial prima de novo “F11”.


Confraternização no BNU
(Contabilidade 2004)

Para ver as fotos prima AQUI

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Caminho sem retorno



O CPA NUM CAMINHO SEM RETORNO

Uma Reunião de Presidentes de associações é, para qualquer entidade, um acontecimento importante que dignifica quem a promove. É o caso da Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal (FCMP) que no passado dia 13 de Setembro promoveu na respectiva sede um encontro de trabalho dos presidentes das associações federadas.

Algumas (poucas) dezenas de homens e mulheres em representação de associações filiadas na FCMP disponibilizaram um dia para comparecerem numa reunião o que, nos tempos que correm, esta entrega à causa associativa, gratuitamente, tem que ser realçada e agradecida. Infelizmente muitos dos sócios destas associações não reconhecem esta desinteressada entrega.

Tinha esta Reunião de Presidentes como objetivo primeiro analisar a Proposta de Alteração de Estatutos que um Grupo de Trabalho da FCMP elaborou para ser apresentado pela Direção da federação numa Assembleia Geral que se irá realizar no próximo dia 4 de Outubro. A Proposta de Alteração de Estatutos tem caracter obrigatório pois destina-se a adaptar os Estatutos actuais às alterações ao Regime Jurídico das Federações Desportivas introduzidas pelo Decreto-Lei 93/2014 de 23 de junho.

A Direcção da Associação Autocaravanista de Portugal – CPA não deixou de se fazer representar e tendo constatado que a proposta de alteração do artigo 3º, que estabelece os fins da FCMP e continuava a definir o autocaravanismo como APENAS uma disciplina do campismo, propôs uma alteração a esse artigo.

É do conhecimento público que o CPA considera que é na Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal que a defesa dos interesses e direitos dos autocaravanistas se podem e devem defender e, por isso mesmo, quer que a FCMP seja uma federação forte e moderna, pelo que, desde a primeira hora apoiou as mudanças que se impunham para alcançar esse objetivo, não só colaborando na eleição dos responsáveis (a todos os níveis) como incentivando à implementação do Programa de Candidatura então divulgado.

Não se suponha, contudo, que o apoio do CPA é cego. É um apoio com os pés bem assentes na terra e crítico, porque também só com críticas, construtivas, é possível que as instituições se renovem e dinamizem.

Supomos que todos reconhecem que a actual Federação não é a mesma que foi criada há uns 70 anos, como também não se pode desconhecer que as associadas que integram a Federação não são as mesmas que eram num passado um pouco longinco. Cresceram, desenvolveram-se, mudaram. Se assim não fosse não seriam o que são hoje.

É pois necessário que a Federação continue a crescer e a desenvolver-se para o que é imprescindível que se adapte às exigências do presente sem abdicar nem se envergonhar dos valores com que cresceu.

A evolução tecnológica e um então maior poder de compra dos cidadãos veio permitir que o material usado no campismo seja cada vez mais eficiente e contribua para um maior conforto dos campistas. Estão nesse âmbito, porque também podem ser considerados material campista, as caravanas e as autocaravanas.

Há, no entanto, que afirmar que o conceito que é subentendido nos Estatutos da Federação, ou seja, que a autocaravana é APENAS mais um material exclusivamente campista, é altamente redutor e não corresponde à verdade. Como é evidente o veículo autocaravana é mais do que isso (mais do que um material exclusivamente campista) e, desde há já alguns anos existe, no espirito de muitos e muitos autocaravanistas, o sentimento de que o autocaravanismo tem direito à autonomia e a ser, consequentemente, mais do que uma disciplina do campismo.

Esta convicção de que o autocaravanismo é mais do que uma disciplina do campismo está já tão enraizada nos espíritos de muitos e muitos autocaravanistas, que a FICC alterou, recentemente, a respectiva denominação para Fédération Internationale  de Camping, Caravaning et Autocaravaning (FICC) porque, ao que tudo leva a supor, quis passar a mensagem de que compreendia, TAMBÉM, o novo conceito de autocaravanismo. E, mais do que isso. Não quis deixar no âmbito de outras federações, que se reivindicam APENAS autocaravanistas, o monopólio desta modalidade em franca expansão.

Esse Movimento que acredita que o autocaravanismo é muito mais do que uma outra face do campismo teve também expressão na nossa vizinha Espanha quando nasceu, em 9 de Junho de 2007, a Federación Española de Asociaciones Autocaravanistas~FEAA que se começou por integrar na Federation Internationale des Clubs de Motorhomes (FICM). No entanto, tal como o CPA em determinado momento, poderão ter compreendido que a FICM não oferecia garantias de defesa dos direitos e interesses dos autocaravanistas pelo que terão aceitado o eventual convite da Fédération Internationale de Camping, Caravaning et Autocaravaning (FICC) para ser membro desta Federação Internacional onde, como é sabido, a FCMP está filiada.

Portanto, aqui mesmo ao lado, em Espanha, existe uma Federação Autocaravanista (com 12 associações inscritas) e que é reconhecida pela FICC. Porquê? Porque, possivelmente, a Federacion Española de Clubes Campistas não teve a abertura suficiente para reconhecer e acolher o autocaravanismo como uma actividade com diversas vertentes, o que pode ter sido a justificação para a necessidade da criação de uma federação autocaravanista.

Estes dois exemplos, o da FICC (alteração da denominação social) e o de Espanha (reconhecimento pela FICC de uma federação autocaravanista num estado onde já existia uma federação campista) devem fazer pensar os dirigentes e as associadas da FCMP. Prosseguir uma ideologia que até se quer que continue a ser plenamente refletida nos Estatutos da Federação, poderá conduzir, a curto prazo, a um ainda maior afastamento dos autocaravanistas da FCMP que, não obstante puderem querer continuar nesta federação, não aceitam que o autocaravanismo seja entendido numa única perspectiva e que seja estatutariamente definido, APENAS, como uma disciplina do campismo.

Também em Portugal já foi criada uma Federação de Autocaravanismo (FPA) que não tem a força e o reconhecimento da maioria dos autocaravanistas. Adquirirem mais força e reconhecimento depende, e muito, das deliberações que a FCMP vier a tomar na próxima Assembleia Geral relativamente ao autocaravanismo. Registo, como um dado adquirido, como aliás o demonstra o exemplo espanhol, que as autonomias são imparáveis se não forem criadas e aceites condições que correspondam aos anseios legítimos dos autocaravanistas.

Em abono da verdade há que realçar que os dirigentes da FCMP a diversos níveis terão compreendido a questão colocada pelo CPA pelo que na Reunião de Presidentes terão assumido o compromisso de rever o texto inicial da Proposta para ser votado em Assembleia Geral.

Os dirigentes da Associação Autocaravanista de Portugal – CPA demonstraram um corajoso respeito pelos princípios e valores do CPA e do autocaravanismo ao elevaram a fasquia reivindicativa, exigindo através de uma proposta realista que o autocaravanismo seja tratado como uma modalidade com mais que uma vertente e não APENAS como uma disciplina do campismo. Ao fazê-lo os dirigentes do CPA dispõem-se coerente e corajosamente a correr riscos e, também por isso, JÁ não podem ignorar que estão a avançar por um caminho sem retorno. É bom que os dirigentes federativos não ignorem, também eles, esta realidade.

No dia 4 de Outubro, a Assembleia Geral da FCMP convocada para analisar e votar as alterações Estatutárias, tem nas mãos a história e o futuro do CPA.


NOTA: Esta opinião baseia-se essencialmente no teor do Comunicado 2014-003 da Direção da Associação Autocaravanista de Portugal – CPA datado de 16 de setembro. (ver AQUI)


(O autor, todas as Quintas-feiras, no Blogue do Papa Léguas Portugal, emite uma opinião sobre assuntos relacionados com o autocaravanismo (e não só) –  AQUI)



quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Um caderno de Turismo




VIAGENS & IMAGENS
(Um caderno de turismo feito por quem esteve lá)


Não é meu hábito divulgar “blogues”, mas há sempre excepções que confirmam a regra.

O “blogue” Viagens & Imagens está bem organizado e permite um acesso intuitivo ao que pretendemos encontrar, podendo ser um sitio útil para quem pretender viajar para um dos locais que são referidos nesse espaço.

Não acredita? Confirme por si e dê a sua opinião.

Ver “AQUI

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Poesia de… António Aleixo



Quadras
(Seleção do autor do Blogue)


Embora os meus olhos sejam
Os mais pequenos do mundo,
O que importa é que eles vejam
O que os Homens são no fundo.


P'ra mentira ser segura
E atingir profundidade,
Tem que trazer à mistura
Qualquer coisa de verdade.  


Vós que lá do vosso império
Prometeis um mundo novo,
Calai-vos, que pode o povo
Qu'rer um mundo novo a sério.


Que importa perder a vida
Em luta contra a traição,
Se a Razão mesmo vencida,
Não deixa de ser Razão?


Eu não tenho vistas largas,
Nem grande sabedoria,
Mas dão-me as horas amargas
Lições de filosofia.

(António Aleixo – 1899-1949)





António Fernandes Aleixo (Vila Real de Santo António, 18 de fevereiro de 1899 — Loulé, 16 de novembro de 1949) foi um poeta popular português.

Considerado um dos poetas populares algarvios de maior relevo, famoso pela sua ironia e pela crítica social sempre presente nos seus versos, António Aleixo também é recordado por ter sido simples, humilde e semi-analfabeto, e ainda assim ter deixado como legado uma obra poética singular no panorama literário português da primeira metade do século XX.

No emaranhado de uma vida cheia de pobreza, mudanças de emprego, emigração, tragédias familiares e doenças na sua figura de homem humilde e simples, havia o perfil de uma personalidade rica, vincada e conhecedora das diversas realidades da cultura e sociedade do seu tempo. Do seu percurso de vida fazem parte profissões como tecelão, guarda de polícia e servente de pedreiro, trabalho este que, como emigrante foi exercido em França.

De regresso ao seu país natal, estabeleceu-se novamente em Loulé, onde passou a vender cautelas e a cantar as suas produções pelas feiras portuguesas, actividades que se juntaram às suas muitas profissões e que lhe renderia a alcunha de "poeta-cauteleiro".

Faleceu por conta de uma tuberculose, a 16 de novembro de 1949, doença que tempos antes havia também vitimado uma de suas filhas.

Poeta possuidor de uma rara espontaneidade, de um apurado sentido filosófico e notável pela «capacidade de expressão sintética de conceitos com conteúdo de pensamento moral», António Aleixo tinha por motivos de inspiração desde as brincadeiras dirigidas aos amigos até à crítica sofrida das injustiças da vida. É notável em sua poesia a expressão concisa e original de uma "amarga filosofia, aprendida na escola impiedosa da vida".

A sua conhecida obra poética é uma parte mínima de um vasto repertório literário. O poeta, que escrevia sempre usando a métrica mais comum na língua portuguesa (heptassílabos, em pequenas composições de quatro versos, conhecidas como "quadras" ou "trovas"), nunca teve a preocupação de registar suas composições. Foi o trabalho de Joaquim de Magalhães, que se dedicou a compilar os versos que eram ditados pelo poeta no intuito de compor o primeiro volume de suas poesias (Quando Começo a Cantar), com o posterior registo do próprio poeta tendo o incentivo daquele mesmo professor, a obra de António Aleixo adquiriu algum trabalho documentado. Antes de Magalhães, contudo, alguns amigos do poeta lançaram folhetos avulsos com quadras por ele compostas, mais no intuito, à época, de angariar algum dinheiro que ajudasse o poeta na sua situação de miséria que com a intenção maior de permanência da obra na forma escrita.

Estudiosos de António Aleixo ainda conjugam esforços no sentido de reunir o seu espólio, que ainda se encontra fragmentado por vários pontos do Algarve, algum dele já localizado. Sabe-se também que vários cadernos seus de poesia, foram cremados como meio de defesa contra o vírus infeccioso da doença que o vitimou, sem dúvida, um «sacrifício» impensado, levado a cabo pelo desconhecimento de seus vizinhos. Foi esta uma perda irreparável de um património insubstituível no vasto mundo da literatura portuguesa.


Fonte: Wikipédia – A enciclopédia livre