quarta-feira, 2 de abril de 2014

Por Terras de Viriato


POR TERRAS DE VIRIATO
(52º Encontro CPA)

Foto Reportagem

Encontro autocaravanista promovido pela Associação Autocaravanista de Portugal - CPA nos dias 21, 22 e 23 de março de 2014 com visitas a Viseu, Carregal do Sal, Nelas e Vila Meã.

Sem desprimor por outros locais realça-se a visita em Viseu à exposição sobre a vida de Aristides de Sousa Mendes.

As fotos, cuja ordem corresponde à sequência do passeio, podem ser vistas AQUI

Para ver as fotos em “tela inteira” não se esqueça de pressionar a tecla “F11”. Para voltar ao formato inicial prima de novo “F11”.


ARISTIDES DE SOUSA MENDES

Aristides de Sousa Mendes foi um Diplomata português que durante a II Guerra Mundial salvou mais de 30.000 vidas da perseguição Nazi, em 1940, no que é considerado como a maior acção de salvamento empreendida por uma pessoa individual.

A Fundação Aristides de Sousa Mendes foi constituída no ano 2000 com os objectivos de divulgar o Acto de Consciência de Aristides de Sousa Mendes e de desenvolver e executar o projecto de recuperação da casa de família de Sousa Mendes, a Casa do Passal, em Cabanas de Viriato.


Por falta de meios, a Casa do Passal  encontra-se numa situação de ruína iminente.  Através desta página, os interessados podem associar-se ao programa de celebração e divulgação do Acto de Consciência de Aristides de Sousa Mendes e, também, contribuir com os seus donativos para recuperação da Casa do Passal e para a criação de um centro de memória que dignifique e perpetue o seu acto exemplar.


No início de 1940, Aristides é formalmente avisado por Salazar para não conceder mais vistos a judeus, pois “se o fizer, ficará sujeito a procedimento disciplinar”. Paris, entretanto, cai ante o avanço das tropas nazis, a 14 de Junho, e, no dia seguinte, Bordéus fica submergida de refugiados.  É o salve-se quem puder! Bordéus, uma cidade de 200.000 pessoas, passa a ter um milhão! É o pânico generalizado…”dir-se-ia o fim do mundo”, como escreveu, trinta anos mais tarde, nas suas “Memórias”, Pedro Teotónio Pereira, principal acusador do Cônsul.

 A autora de “Vidas Poupadas – a acção de três diplomatas portugueses na II Guerra Mundial”, Manuela Franco, menciona um telegrama de 21 de Junho, enviado por Aristides de Sousa Mendes ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, onde este confirma ter ordenado que se passassem vistos “indiscriminadamente e de graça”. O historiador Yehuda Bauer, no seu livro “A History of the Holocaust”, escreve: “o Cônsul português em Bordéus, Aristides de Sousa Mendes, concede vistos de trânsito a milhares de judeus refugiados, em transgressão das regras do seu governo. Talvez a maior acção de salvamento feita por uma só pessoa durante o holocausto”. A 19 de Junho, Aristides segue para o Consulado em Bayonne, onde continua a maratona de concessão de vistos, na própria rua, uma vez que as escadas do edifício poderiam não suportar o peso de tão grande fila de espera. Vai depois para Hendaye/Irun e continua de um lado para o outro, salvando pessoas nas estradas do sul de França, nas estações de caminhos-de-ferro, conduzindo mesmo um grupo de refugiados através dos Pirenéus, a pé e de automóvel.

Segundo os registos da polícia política PVDE, que a partir de 1945 se transformara na PIDE, entraram em Portugal, só nos dias 17, 18 e 19 de Junho de 1940, cerca de 18 000 pessoas com vistos assinados pelo “Cônsul desobediente”. "Os guardas da fronteira de Vilar Formoso não se lembram de ter visto tanto movimento." O Alto Comissariado para os Refugiados da Sociedade das Nações calculou que nesse verão terão entrado, em Portugal, mais de 40 000 refugiados. Esse número é confirmado pela organização judaica “Joint”. Na sua casa em Cabanas de Viriato, Aristides recebeu dezenas de refugiados, sobretudo no Verão de 1940, nomeadamente as famílias dos Ministros belgas, no exílio, Albert de Vleeshchouwer e Van Zealand, um alto responsável das finanças belga, assim como muitas freiras e outros religiosos conhecidos do seu tempo de Louvain.


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