quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Autocaravanismo - Encontro no MANIFesta em Peniche - 2009

Forte de Peniche
Autocaravanismo

Encontro no MANIFesta em Peniche - 2009
Foto Reportagem

Encontro no decorrer do MANIFesta que teve lugar nos dias 21 e 24 de Maio de 2009 em Peniche (Portugal).

As fotos, cuja ordem corresponde à sequência do encontro, podem ser vistas AQUI.

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Peniche é uma cidade portuguesa da sub-região do Oeste, região Centro, com cerca de 14 749 habitantes (Censo de 2011).

É sede de município com o mesmo nome que tem 77,55 km² de área e 27 753 habitantes (20111 ), subdividido em 6 freguesias: Ajuda, Conceição e São Pedro (freguesias em que se divide a cidade) e Ferrel, Atouguia da Baleia e Serra d'El Rei, na zona mais rural.

O município é limitado a leste pelo município de Óbidos, a sul pela Lourinhã e limitado a Oeste e a Norte pelo Oceano Atlântico.

A povoação foi elevada a vila em 1609 e a cidade a 1 de Fevereiro de 1988.

Caracterização

A cidade de Peniche está implantada numa península com cerca de dez quilómetros de perímetro criada por um tômbolo. O extremo ocidental da península é o Cabo Carvoeiro. A costa, que tem aspectos surpreendentes e deslumbrantes, é formada por imponentes rochedos, extensas e belas praias de banhos. A oeste da península de Peniche, no meio do Atlântico, ergue-se o arquipélago da Berlenga.

História

O concelho de Peniche possui uma longa e rica História. Foi sucessivamente ocupado por populações que, ontem como hoje, fizeram da pesca e da agricultura as suas principais actividades económicas.

A sua especificidade geo-morfológica, insular/peninsular, parece ter moldado e condicionado, de um ponto de vista sócio-económico e cultural, as populações que ao longo dos tempos ocuparam este território, permitindo simultaneamente que o concelho de Peniche fosse palco de importantes acontecimentos históricos de índole nacional e internacional.

Arqueologia

O concelho de Peniche e faixa marítima adjacente têm sido palco, particularmente na última década, de inúmeros projectos de investigação no campo da arqueologia, com trabalhos em que se tem lentamente reconstituído a longa História desta terra e das suas gentes.

A arqueologia dá-nos hoje a conhecer o retrato de um território que à época romana assumia uma posição de charneira no contexto de uma navegação comercial inter-regional e acolhia, nos seus fundeadouros e estruturas portuárias, embarcações, algumas de grande tonelagem (como parece estar comprovado pela descoberta na Berlenga de dois cepos de âncora em chumbo com cerca de 2,55 e 2,63 m. de 423 e 422 kg. respectivamente), transportando ânforas com vinho andaluz ou conservas de peixe lusitanas.

A integração deste território nesta rede comercial de longo alcance terá favorecido seguramente a implantação de uma unidade fabril produtora de preparados piscícolas, apoiada por um precoce complexo oleiro, situado no Morraçal da Ajuda, onde se fabricavam ânforas destinadas ao transporte da sua produção conserveira, realidade que perpetua a memória de uma actividade piscatória e industrial que ainda hoje, cerca de dois milénios depois, continua a pautar a vivência económica e social da gentes de Peniche.

Geografia
                                                                  
Peniche tem praias que chegam a atingir vários quilómetros. O seu ponto mais ocidental é o Cabo Carvoeiro. A oeste do Cabo Carvoeiro, a cerca de 11 milhas, situa-se o arquipélago das Berlengas. Este arquipélago é hoje uma reserva natural onde se encontram espécies raras de flora, aves e peixes.


A Praça-forte de Peniche localiza-se na cidade de mesmo nome, no distrito de Leiria, em Portugal.

Acredita-se que origem do topónimo Peniche possa derivar de Phenix, nome de uma antiga cidade na ilha de Creta, cuja configuração geográfica era semelhante à da primitiva ilha de Peniche. Vizinha ao cabo Carvoeiro, atualmente encontra-se a treze metros acima do nível do mar, ocupando uma península de 2.750 metros de comprimento, no sentido Oeste-Leste.

História

Antecedentes: o Castelo da Vila

À época da Independência de Portugal, Peniche era uma ilha, distante cerca de oitocentos passos do continente, fronteira à foz do rio de São Domingos.

O antigo lugar da Ribeira d’Atouguia, na foz desse rio, constituía-se num dos mais importantes portos portugueses da Idade Média, e em ponto-chave para acesso aos principais centros do país (Leiria, Óbidos, Santarém, Torres Vedras e Lisboa), nessa qualidade tendo estado envolvida em diversos episódios da História de Portugal.

A ação das correntes marítimas e dos ventos, com o passar dos séculos, levou ao assoreamento desse curso de água, vindo as areias a formar, progressivamente, um cordão de dunas que, consolidando-se, uniu a ilha de Peniche ao continente, fazendo desaparecer o porto de Atouguia.

Alvo constante de ataques de corsários ingleses, franceses e de Piratas da Barbária, o rei Manuel I de Portugal (1495-1521) encarregou o conde de Atouguia da elaboração de um plano para a defesa daquele trecho do litoral, que foi apresentado ao seu sucessor, João III de Portugal (1521-1557).

Os trabalhos foram iniciados pela construção, em 1557, do chamado castelo da vila, estrutura abaluartada, sob a supervisão de D. Luís de Ataíde, concluído por volta de 1570, ao tempo do reinado de D. Sebastião (1557-1578).

Durante a Dinastia Filipina, foi em Peniche que as tropas inglesas, cedidas por Isabel I de Inglaterra, sob o comando de António I de Portugal, iniciaram a sua marcha sobre Lisboa (Julho de 1589), na tentativa, infrutífera, de restaurar a soberania portuguesa.

Ainda nesse contexto, a povoação pesqueira foi elevada a vila (1609) tendo sido promovidos pequenos reparos nas suas muralhas.

A Guerra da Restauração e a fortificação abaluartada

No contexto da Guerra de Restauração da independência, o Conde D. Jerônimo de Ataíde prosseguiu as obras de fortificação de Peniche, sob projectos do engenheiro militar francês Nicolau de Langres e, posteriormente, do português João Tomaz Correia, estando concluídas por volta de 1645.

Esta fortificação era coadjuvada pelo Forte da Praia da Consolação e pelo Forte de São João Baptista das Berlengas, integrando um extenso sistema defensivo que, entretanto, revelou-se débil no contexto da Guerra Peninsular, diante da invasão napoleônica de 1807 (sob o comando de Jean-Andoche Junot), quando entre o final desse ano e Agosto de 1808, permaneceu ocupada por tropas francesas. Na ocasião foram procedidos reparos nas suas defesas pelos invasores, que, entretanto, picaram as armas de Portugal sobre o portão principal. Ocupada por tropas inglesas sob o comando de William Carr Beresford, foram executados novos reparos nas defesas, o mesmo se repetindo sob o reinado de Miguel de Portugal (1828-1834), que culminaram na ampliação do perímetro defensivo. A fortificação teve, entretanto, uma débil atuação durante a Guerra Civil Portuguesa (1828-1834).

Em 1836, a Praça-forte viveu dois eventos funestos: o incêndio que destruiu completamente o chamado Palácio do Governador (que não voltaria a ser recuperado) e a explosão da pólvora armazenada em um dos paióis.

Neste século, diante da progressiva perda da sua função defensiva, as suas instalações passaram a ser utilizadas como prisão (época das Invasões Napoleónicas) e posteriormente, como prisão política (época das Guerras Liberais, quer para liberais, quer para absolutistas). Teve utilização militar até 1897, tendo sido um dos seus últimos governadores, José Tomas de Cáceres (filho).

Do século XX aos nossos dias

No alvorecer do século XX, foi utilizada como abrigo para os bôeres que se asilaram na então colónia portuguesa de Moçambique após a vitória inglesa na África do Sul. À época da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), nela estiveram detidos alemães e austríacos, convertendo-se, durante o Estado Novo português (1930-1974), em prisão política de segurança máxima (1934), tendo sido palco de duas fugas espetaculares:

Na madrugada de 18 para 19 de dezembro de 1954, o dirigente comunista António Dias Lourenço, que quinze dias antes provocara um incidente para ser recolhido ao "segredo", conseguiu evadir-se por uma abertura de 20 x 40 centímetros que serrou na almofada da porta da cela, descendo em seguida 20 metros de muralha até ao mar com uma corda feita com mantas rasgadas em tiras. A corda improvisada rompeu-se, fazendo-o cair ao mar, sendo puxado para o largo pela maré. Com muito esforço, esgotado, conseguiu alcançar terra, escapando escondido numa camioneta de pescadores.

A 3 de janeiro de 1960, a conhecida "fuga de Peniche", protagonizada por Álvaro Cunhal, Joaquim Gomes, Carlos Costa, Jaime Serra, Francisco Miguel, José Carlos, Guilherme Carvalho, Pedro Soares, Rogério de Carvalho e Francisco Martins Rodrigues, com a colaboração de um guarda, que pôs a dormir o guarda responsável pela ala com clorofórmio. O guarda conivente passou os prisioneiros em fuga um a um agachados sob o seu capote de oleado, colocando-os ao abrigo de um trecho mais escuro da muralha, de onde desceram para o exterior com o auxílio de uma corda de lençóis.

Em 25 de Abril de 1974, ao eclodir a Revolução dos Cravos, foi um dos pontos-chave dos revolucionários, passando a ser utilizada como abrigo para os retornados dos ex-territórios ultramarinos portugueses na África quando do processo de descolonização.

A partir de 1984 um dos três pavilhões passou a ser utilizado como Museu Municipal, exibindo material arqueológico, histórico e etnográfico (renda de bilros, peças consagradas à pesca e à construção naval), destacando-se o chamado Núcleo da Resistência, a reconstituição do ambiente de uma prisão política do Estado Novo (celas individuais e parlatórios). Neste último, os visitantes podem ver a cela onde esteve preso o secretário-geral do Partido Comunista Português, Álvaro Cunhal, e alguns dos seus desenhos a carvão, bem como o local por onde se evadiu em 1960. O museu é visitado anualmente por mais de 40 mil pessoas.

O Forte da Consolação encontra-se atualmente abandonado e em precário estado de conservação, sendo particularmente preocupante o estado das suas arribas, em processo de derrocada por ação da erosão marinha.

No ano de 2006 as dependências da fortaleza serviram como cenário para a dramatização do desembarque inglês de 1589, visando repor a verdade histórica sobre a popular expressão "amigos de Peniche".

Em Setembro de 2008 a Enatur e o Grupo Pestana assinaram um acordo de exploração, com vista à construção uma Pousada de Portugal.

Em 12 de fevereiro de 2010 parte da muralha do Forte da Consolação desmoronou devido à violência da ressaca marinha naquela data.

Características

A Praça-forte é constituída por uma série de obras defensivas com estrutura abaluartada, com planta no formato de um polígono irregular estrelado, adaptado ao terreno. O perímetro amuralhado abrange uma área de cerca de dois hectares, nele se inscrevendo quatro portas - a das Cabanas, a Nova, a da Ponta e a de Peniche de Cima. O conjunto da fortificação divide-se em dois grandes setores:

a norte, Peniche de Cima, dominado pelo Forte da Luz. No formato poligonal com baluartes nos vértices coroados por guaritas circulares, apresenta as canhoneiras no terrapleno, pelo lado do mar. Pelo lado de terra, protegendo o portão monumental, ergue-se um revelim triangular. O conjunto é integrado pelo chamado "Baluarte Redondo", pela "Torre de Vigia" e pela capela de Santa Bárbara.

a sul, Peniche de Baixo, constituindo-se na Cidadela. Pelo lado do Campo da Torre, um revelim protege a entrada e a cortina da Cidadela, cuja defesa é complementada por um fosso. Cortinas e fossos adicionais protegiam o setor Oeste, bem como diversas canhoneiras, caminhos cobertos e esplanadas. Outras duas cortinas a Norte e os baluartes a Leste e a Oeste são acompanhados por várias construções de planta rectangular e pelas famosas prisões, dominadas por uma torre de vigia.




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